{natalia bianchi por natalia bianchi}

Nasci na década de 80 na cidade de Caxias do Sul. Desde muito cedo conheci papel, lápis e tintas. Tinha o costume de desenhar pelas paredes de casa e gastava blocos e blocos fazendo desenhos e pinturas. Tive muito contato com desenho de Moda, pois minha avó materna é costureira, assim, corpos femininos e desenhos de roupas foram as primeiras imagens que conheci e reproduzi em meus desenhos no decorrer da minha infância. Na adolescência, mesmo exercendo diversas atividades nunca deixei de lado o papel e o lápis 6B que era meu preferido Ao terminar o Ensino Médio optei pelo curso de Educação Artística na Universidade de Caxias do Sul. Após concluir a graduação cursei algumas disciplinas de Poéticas Visuais e desde então tenho me dedicado a produção artística de forma mais intensa e profunda.

As produções apresentadas neste blog são parte da minha trajetória artística nos últimos anos, nos quais procurei aprofundar questões autobiográficas, diretamente relacionadas a minha percepção visual peculiar. Isso, porque sou portadora de Discromatopsia, deficiência visual que gera cegueira total as cores. O que apresento aqui vai além do que enxergo, nos meus trabalhos eu expresso como sinto aquilo que vejo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

{meus escritos - reflexões de uma manhã escura e chuvosa}

Quanto mais eu falo de mim pros outros, quanto mais trabalhos eu faço, quanto mais amo, quanto mais novos amigos conquisto, quanto mais coisas descubro, quanto mais choro e me entristeço, mais eu aprendo, mais eu percebo que não sei de nada mesmo, que tem sempre algo a aprender, algo novo para escutar, alguma forma nova de agir...




Percebo que nunca estou pronta e nunca vou estar pq nós seres humanos somos assim, uma escultura modelada pelas adversidades e alegrias da vida, somos sim uma "metamorfose ambulante", o que sou hoje é diferente do que era ontem e será diferente ainda do que serei no futuro.





E essa é a graça da vida, ser uma pessoa inacabada, quem acha que esta acabado acaba caíndo nos clichês da vida, acaba por não viver novas experiências e nem conhecer novas sensações... Quem se diz pronto não sabe como é bom ser inacabado, como é bom não estar pronto, como é bom estar sempre em processo de amadurecimento, como é bom ser infinito!

Minha vida e minha arte são assim... Acho que nunca vou me sentir pronta, sempre estarei amadurecendo... O "meu preto e branco" é assim, sempre me instigando, minha visão é assim, sempre surgem coisas novas que tenho que aprender a lidar, sempre surge uma sensação visual nova, por vezes interessante, por vezes incomoda. Passo meus dias e anos criando novas estratégias de como lidar com situações novas, com a luz direta ou indireta, com os torturantes dias nublados ou com os dias ensolarados e brilhantes que cansam meu olhar. Desenvolvo mecanismos de adaptação, decoro as texturas das roupas pra não trocar as cores, crio mentalmente situações difíceis e formas de lidar com elas, crio maneiras seguras de atravessar a rua no sinal vermelho, penso, penso e não me canso, e reaprendo tudo outra vez como prova de que não sei quase nada, de que a vida é esse infinito de sensações e descobertas!

Os trabalhos acima são do pintor norte-americano Ross Bleckner.
Referência e inspiração para o meu trabalho sempre!

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Um comentário:

  1. Se nós não mudássemos, se não ousássemos, se nós não fossemos essas metamorfoses vivas seríamos frios e insensíveis, como uma lagarta que jamais se transforma em borboleta. Como tanto falamos na cerimônia da cápsula na Anglo, o tempo se encarrega de a tudo devorar. E quando não devora, transforma!

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