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{natalia bianchi por natalia bianchi}
Nasci na década de 80 na cidade de Caxias do Sul. Desde muito cedo conheci papel, lápis e tintas. Tinha o costume de desenhar pelas paredes de casa e gastava blocos e blocos fazendo desenhos e pinturas. Tive muito contato com desenho de Moda, pois minha avó materna é costureira, assim, corpos femininos e desenhos de roupas foram as primeiras imagens que conheci e reproduzi em meus desenhos no decorrer da minha infância. Na adolescência, mesmo exercendo diversas atividades nunca deixei de lado o papel e o lápis 6B que era meu preferido Ao terminar o Ensino Médio optei pelo curso de Educação Artística na Universidade de Caxias do Sul. Após concluir a graduação cursei algumas disciplinas de
As produções apresentadas neste blog são parte da minha trajetória artística nos últimos anos, nos quais procurei aprofundar questões autobiográficas, diretamente relacionadas a minha percepção visual peculiar. Isso, porque sou portadora de Discromatopsia, deficiência visual que gera cegueira total as cores. O que apresento aqui vai além do que enxergo, nos meus trabalhos eu expresso como sinto aquilo que vejo.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
{fitas confessionais}
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terça-feira, 14 de setembro de 2010
{meus escritos - sem pretensão de enxergar as cores}
Não tenho a pretensão de enxergar as cores.Eu enxergo.Não imagino, enxergo mesmo. Mais acinzentadas como talvez ninguém enxergue, só eu enxergo.
Sei seus nomes convencionais, mas meu mundo multi-acinzentado não aceita nomes pré estabelecidos.
Penso que ninguém pode nomear o que não conhece e acabar com o significado múltiplo que uma coisa tem quando não se limita a um nome. Assim, ninguém pode estabelecer nomes para as minhas cores diminuindo-as a uma palavra, quando na verdade são infinitas em sensações
Acho engraçado essa necessidade que muita gente tem de ter que definir as coisas, padronizar, e por fim bater o martelo, acabando com qualquer possibilidade de questionamento ou dúvida. Procuro não ter esse tipo de comportamento. Sempre que posso me entrego a insegurança e ao frio na barriga que o desconhecido proporciona.
Incrível como alguns seres humanos tem dificuldade de entender que cada um tem seu modo peculiar de enxergar o mundo. Cada ser tem sua capacidade de julgamento, de entendimento, de expressão.O grande momento da vida esta em julgar, entender, expressar fielmente o que se pensa e sente e no fim das contas, um minuto ou um ano depois ver que pode mudar tudo outra vez, pensar diferente, agir diferente, ir de encontro ao novo. E que essa mudança não quer dizer que não se sabe o que quer e sim que é necessários expandir horizontes, desbrava-los.
Tudo isso pra dizer que quando comecei a pintar, ainda na faculdade, utilizava as cores, anotava seus nomes nos rótulos das bisnagas e sabia que cor usar com outra, que mistura fazer para obter outra cor. Pintei alguns quadros assim e achava que as coisas deveriam ser assim. Depois de um tempo acabei me tornando insatisfeita com as cores e com a forma convencional como as utilizava. Percebi que não estava pintando cores propriamente, não tinha essa preocupação porque nunca tinha certeza de que cor estava usando, não tinha certeza se a mistura das cores tinha mesmo resultado a cor que eu estava esperando a menos que alguém que me dissesse. Muito mais do que pintar as cores, estava experimentando tons, descobrindo nuances, explorando sensações visuais num campo (in)conscientemente desconhecido. A disciplina de pintura acabou, concluí alguns trabalhos outros ficaram inacabados e jogados num canto bem como minha vontade de mexer com cores.Penso que seria melhor nem saber que não via as cores como todo mundo, nem ter quem me dissesse que deveria usar vermelho com cinza e marrom com amarelo ou alterar neutros e coloridos, assim viveria instintivamente errando para os outros (quem sabe?) "me acertando" O tempo passou e decidi que iría entender melhor meu mundo acromático, mundo que me parecia tão óbvio, tão acabado em sentido, tão pronto, tão sem questionamentos a serem feitos, tão seguro. Acabei descobrindo que tudo era muito diferente do que pensava. O que esta pronto para mim é o mundo colorido, onde estabeleço relações entre as cores, obedeço (ou não) padrões estéticos, eventualmente caio nos clichês. A cor vem pronta, quente ou fria, mas vem pronta, acabada, variam os tons, mas nunca perdem sua essência de "colorido". Ja a minha infinidade de cinzas é instigante, nunca saberei se conheço todos as possibilidades de cinzas que o mundo tem a me proporcionar, mas continuarei buscando.
No fim das contas embora consciente de que não vejo as cores da forma convencional, acho que seria interessante não ter essa consciência só pra poder ver como meu instinto visual agíria, seria uma experiência interessante.
Acho que foi necessário desenvolver essa consciência no mínimo pra saber a hora de atravessar a rua, entre outras coisas que acabam surgindo no dia-a-dia e que preciso lidar, mas insisto que seria muito interessante não saber de tanta coisa.
Ainda farei um trabalho sobre isso!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
{percepções - pela curadora mona carvalho}
Percepções: Obras de Natalia Bianchi
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
{meus escritos - reflexões de uma manhã escura e chuvosa}
Quanto mais eu falo de mim pros outros, quanto mais trabalhos eu faço, quanto mais amo, quanto mais novos amigos conquisto, quanto mais coisas descubro, quanto mais choro e me entristeço, mais eu aprendo, mais eu percebo que não sei de nada mesmo, que tem sempre algo a aprender, algo novo para escutar, alguma forma nova de agir...
Percebo que nunca estou pronta e nunca vou estar pq nós seres humanos somos assim, uma escultura modelada pelas adversidades e alegrias da vida, somos sim uma "metamorfose ambulante", o que sou hoje é diferente do que era ontem e será diferente ainda do que serei no futuro.
E essa é a graça da vida, ser uma pessoa inacabada, quem acha que esta acabado acaba caíndo nos clichês da vida, acaba por não viver novas experiências e nem conhecer novas sensações... Quem se diz pronto não sabe como é bom ser inacabado, como é bom não estar pronto, como é bom estar sempre em processo de amadurecimento, como é bom ser infinito!
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
{trajetórias de uma percepção - exposição}
"As produções apresentadas nesta mostra são parte da minha trajetória artística, nos quais procurei aprofundar questões autobiográficas, diretamente relacionadas a minha percepção visual peculiar. Isso, porque sou portadora de acromatopsia, deficiência visual que gera cegueira total as cores. O que apresento aqui vai além do que enxergo, nos meus trabalhos eu expresso como sinto aquilo que vejo".
quinta-feira, 22 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
{frases}
{trajetórias de uma percepção 2010}
{trajetórias de uma percepção - encáusticas)
{trajetórias de uma percepção - óleo sobre tela}
{trajetórias de uma percepção - primeiros passos}
{trajetórias de uma percepão}
Diga o que você vê na escuridão”
{currículo}
Instituição: Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Curso: Lic. Plena
Período
Instituição: FEEVALE
Curso: Especialização
Período letivo: Abril/08 a Julho/09.
Curadoria: Ms. Diana Domingues
Local: Salão Campus 8 - Universidade de Caxias do Sul - Caxias do Sul -RS
Período: Dezembro de 2007
Obra: A_COR_DADA
Categoria: Instalação
Local: Espaço Cultural Albano Hartz
Calçadão Osvaldo Cruz, 122 - Centro – Novo Hamburgo.
Período:
Obra: Fragmento Intimo_01
Categoria: Pintura
Exposição "Trajetórias de uma Percepção"
Curadoria: Mona Carvalho - Curadoria Independente
Local: Catna Café
Av Julio de Castilhos, 2854 Esq. com a La Salle - Bairro São Pelgrino
Período: 24 de agosto a 26 de setembro de 2010
Exposição Coletiva "Arte pela Arte"
Local: Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, na Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima
Período: 22 de março a 08 de abril de 2011
Exposição "Percepções Acromáticas"
Curadoria: Mona Carvalho - Curadoria Independente
Local: SESC RS - Caxias do Sul
Período: 07 de julho a 30 de julho de 2011
Em circulação também em:
De 13 a 25 de agosto - Monte Alegre dos Campos
De 26 de agosto a 5 de setembro - Vacaria
De 6 a 16 de setembro - Campestre da Serra
De 17 a 26 de setembro - Esmeralda